Bom, os dias 23/04 e 24/04 fizeram a gente pensar de forma diferente. Pode-se dizer que a Alemanha iniciou uma nova era. Era que a Espanha já teve nos últimos 4, 5 anos, isso falando de Real, Barça ou seleção, campeã mundial em 2010. Claro que fim é uma palavra muito forte, pois times históricos como este do Barcelona, por exemplo, nunca vão deixar de ganhar. O time de Messi e cia praticamente já garantiu o Espanhol 2012/2013.
Mas a partir de hoje nossos olhos estarão voltados a Bayern Munique e Borussia Dortmund. Os times das torcidas fanáticas, dos craques ascendentes como Muller, Reus, Gotze e Lewandowski. O Bayern que chega em sua terceira final de Champions League nos últimos quatro anos. O Borussia que é o time da moda, vem de dois jogos históricos, contra Málaga (pela superação) e Real (pelo feito).
No ano passado, o Chelsea eliminou o Barça ficando com os 11 atrás, jogando no contra ataque. Já contra o Bayern foi diferente. O time alemão atropelou, jogou de igual pra igual. Era um jogo desse que estava faltando. Um time que não tivesse medo, que jogasse como o Barcelona, tentando dominar o jogo também. O jogo veio, junto com uma goleada.
Muller, citado lá em cima, fez gols nas oitavas, nas quartas e agora na semi. Sobrou na terça-feira, ajudando o Bayern a conseguir o feito histórico: quatro gols no time de Tito Vilanova. Os experientes Robben e Mario Gomez também esbanjaram talento, mostrando que ainda tem muito a oferecer para este futebol cada vez mais moderno. Dante vem mostrando que merece vaga na Copa do Mundo do ano que vem. Já Schweisteiger vem mostrando que é um dos melhores volantes do mundo há algum tempo.
Muller comemora o quarto do Bayern: o time de Munique fez história |
Claro que houveram erros de arbitragem , principalmente no gol de Robben, quando Muller fez falta em Alba. O segundo gol, marcado por Mario Gomez, também foi irregular. O camisa 33 estava milimetricamente impedido. Erro que pode ser perdoado. De resto, pouco se viu o Barça. Messi, que claramente não estava 100%, apenas andou em campo. Parou em Dante várias vezes. O camisa 10, inclusive, foi o jogador que menos correu em campo: 7,5 km.
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Já na quarta, foi a vez do time de Heynckes dar show e golear o Real. A torcida do incrível mosaico 3D mais uma vez foi decisiva. Um dia antes de confronto, a diretoria anunciou que na próxima o destaque do time, Gotze, iria defender as cores do rival Bayern na próxima temporada. Revolta? Que nada, os xingamentos pararam no Twitter ou Facebook. No estádio, muito apoio.
Talvez o time alemão seja o que mais se aproxima do estilo de jogo do Barcelona, como toques rápidos, envolventes. Gotze pensa como Xavi. Reus é o motor do time como Iniesta. Ao Borussia talvez falte um craque como Messi. Já ao Barça talvez falte um centroavante de peso como Lewandowski.
E o polonês merece um parágrafo a parte. Que jogador! Atacante difícil de achar nos dias de hoje. Tem 24 anos, sabe finalizar com as duas pernas, cabeceia bem, sabe fazer o pivô. Assim como Gotze, virou alvo do Bayern para a próxima temporada. O camisa 9 marcou simplesmente os quatro gols na vitória por 4 x 1 sobre o Real. Foi o primeiro jogador a marcar quatro gols em uma semifinal de Champions League.
Claro que Cristiano Ronaldo não iria deixar de fazer o dele: 4 x 1 e um placar difícil de reverter, porém uma missão mais fácil que a do Barcelona, claro, pelo gol anotado fora de casa, marcado pelo português. O camisa 7 do Real chegou ao 12º gol em 11 jogos na competição.
Lewandowski aponta com os dedos o número de gols que marcou: recorde alcançado e classificação encaminhada |
Só uma observação: o Borussia Dortmund pagou por Reus, Lewandowski e Hummels o mesmo valor que o Real Madrid pagou pelo zagueiro Pepe. Só pra refletir.
Já o Bayern, que está muito forte há alguns anos, na próxima temporada, além de Gotze, terá no comando do time ninguém menos que Pep Guardiola.
Se por acaso for realmente um fim de uma era, obrigado Barcelona. O melhor time que vi jogar. Que se reinvente o mais rápido possível. O mesmo vale para o Real Madrid.