quinta-feira, 12 de julho de 2012

O despertar de um gigante!

11/07/2012. Assim como o Corinthians na semana passada, o Palmeiras teve nesta quarta-feira uma data para ser marcada na história. Eram 12 anos sem conquistar um título nacional. O último havia sido em 2000, na já extinta Copa dos Campeões. O Verdão precisava disso. Um título de nome, e claro, voltar a disputar a Libertadores.

Um time que desde o início do ano era desacreditado. Um time que pouca gente acreditou que passaria pelo Grêmio nas semifinais. Um time que enfrentou inúmeras dificuldades no decorrer do ano, como a eliminação no Paulistão para o Guarani, as diversas crises internas, a lesão de Wesley (que foi contratado para ser um dos craques do time e teve que ser operado após jogar apenas 4 partidas), o sequestro relâmpago sofrido por Valdívia (que quase deixou o clube), a expulsão totalmente injusta de Henrique contra o Grêmio, fazendo com que ele não jogasse contra o Coritiba no primeiro jogo (o zagueiro aliás, jogou a final de ontem com uma febre de 39 graus). Barcos não jogou os dois jogos finais por conta de uma apendicite... enfim, aquele famoso bordão "contra tudo e contra todos" nunca fez tanto sentido como agora para uma equipe.

Mas essa equipe tem duas marcas que dificilmente iriam fazer com que esse título saísse das mãos palmeirenses: RAÇA e CAMISA. O Verdão se tornou a equipe com maior número de títulos nacionais, agora com 11. São 8 brasileiros, 1 Copa dos Campeões e 2 Copas do Brasil. Tradição que fez com que o verde na camisa do Palmeiras se tornasse muito mais forte do que o da camisa do Coritiba!

O Palmeiras se tornou a equipe com o maior número de títulos nacionais, agora com 11 na galeria.

No Couto Pereira, mais de 35 mil pessoas fizeram uma festa linda demais. O chamado "Green Hell" esteve presente, com muitos foguetórios. Pra quem disse que o jogo não tinha pinta de decisão, antes mesmo do início do jogo dava pra ver que seria uma bela final. Um jogo muito brigado. O Palmeiras teve uma chance clara com Betinho, que após cruzamento de Assunção. O Coxa não ficou atrás, tendo uma grande chance com Rafinha, após passe de Everton Costa, que roubou uma bola de Thiago Heleno na área do Verdão. O zagueiro palmeirense, aliás, ainda sentiu dores no 1° tempo e foi substituído por Leandro Amaro. No 2°tempo, o Coritiba veio disposto a atacar muito mais, já que precisava pelo menos de dois gols em 45 minutos. O ex-palmeirense Lincoln entrou e sofreu falta próximo a área. Ayrton cobrou com perfeição e fez: 1 x 0. Desespero total dos palmeirenses, que já começavam imaginar o pior. Aquele mesmo estádio, aquela mesma competição do ano passado... porém não deu nem tempo do palmeirense lembrar de todos os seis gols do Coxa sofridos pelo Verdão no ano passado. Quatro minutos depois, Marcos Assunção cruzou e Betinho subiu para empatar o jogo. O Coritiba precisava agora de três gols, o que fez com que muitos palmeirenses já soltassem o grito de: É - CAMPEÃO! Ainda teve tempo de Luan entrar no lugar do apagadíssimo Daniel Carvalho, que substituía Valdívia, suspenso. E o camisa 11 alviverde mostrou que tem muita raça e é injustiçado por grande parte da torcida do Palmeiras. Entrou mesmo voltando de contusão, acabou sentindo a coxa, mas ficou em campo até o final do jogo. Segundo Felipão, "se a torcida quiser construir alguma estátua para algum jogador, este jogador é o Luan. O Brasil precisa de jogadores como ele." E o alviverde imponente transformou o "inferno verde" em paraíso! 1 x 1 no Couto, com o regulamento embaixo do braço e agora é "ficar bêbado e beber pra caralho", segundo Valdívia. A alegria e o espírito vencedor palmeirense estão de volta!

Betinho comemora seu gol. O primeiro dele pelo Palmeiras, o gol do título do Verdão.

E agora vamos aos heróis dessa conquista. Ao começar por Bruno. O goleiro foi eleito o melhor goleiro da Copa do Brasil no ano seguinte da aposentadoria de Marcos. O camisa 1 alviverde tem ao todo 15 anos de Palmeiras e estava aguardando um título a um bom tempo. "Não tem ninguém no mundo mais feliz do que eu no dia de hoje", era a frase que ele mais falava nas entrevistas. Arthur ganhou a titularidade de Cicinho e foi bem principalmente na parte defensiva. O lateral salvou um gol de Kléber no jogo de volta das semifinais contra o Grêmio, que poderia ter mudado o rumo do duelo. Mauricio Ramos e Thiago Heleno foi a melhor zaga que Felipão conseguiu colocar em campo durante o ano. Várias foram testadas, mas os dois se saíram muito bem juntos. Juninho é um dos jogadores mais valorizados da equipe do Verdão. Sempre com boas atuações, principalmente no ataque. Henrique foi um dos símbolos! O ex-zagueiro, agora volante alviverde parece ter achado a posição dele em campo. A equipe parece que mudou depois que ele foi para o meio. O camisa 3 jogou a final de ontem com febre e mesmo assim ficou até o final do jogo. Mazinho e Maikon Leite é uma dupla que muitos rivais vão se lembrar nesta Copa do Brasil. Autores de gols importantes, principalmente o camisa 17, que marcou contra o Grêmio, no Olímpico. Barcos foi um dos destaques, também marcando gols importantes e comandando a equipe lá na frente. O Pirata foi o artilheiro do Verdão na competição com quatro gols. Betinho, seu substituto, fez "só" o gol do título e agora vai prorrogar seu contrato até o final do ano. Luan já citei acima, muita raça e vontade, sempre. Daniel Carvalho sempre mostrou muita técnica em campo, apesar de muitas vezes parecer fora de ritmo, o camisa 19 soube comandar o meio campo da equipe nas vezes que esteve em campo. Valdívia também foi um caso a parte. Deu um "símbolo" ao time, o símbolo do bigode, adotado por parte da torcida. Sequestrado na reta final da competição, ele marcou contra o Grêmio, na semi e contra o Coritiba na final. E por último, os dois que, para mim, foram os heróis da conquista palmeirense: Marcos Assunção e Felipão. O volante sempre demostrou muito respeito com a camisa do Verdão. É um ídolo, mas era um ídolo sem título. Até ontem. Esta Copa do Brasil serviu para o camisa 20 entrar de vez para a galeria de ídolos alviverdes. Ele marcou 2 gols e participou de outros 10 na competição e foi eleito o melhor jogador dessa Copa do Brasil. O capitão palmeirense ainda ergueu a taça, chorou muito e encheu de orgulho a torcida! E Felipão é até fácil de falar. Um técnico vitorioso, que mesmo contestado por parte da torcida sabe armar uma equipe, sabe tirar leite de pedra e mereceu ganhar um título, o que não havia acontecido após sua volta ao Verdão. Um técnico que foi quatro vezes campeão da Copa do Brasil, duas vezes campeão da Libertadores e Campeão do Mundo com a Seleção não merece ser tratado como "ultrapassado". Para muitos, Felipão é um dos favoritos para assumir a Seleção, caso Mano caia.

Valdívia, Felipão e Marcos Assunção: três dos símbolos palmeirenses na campanha vitoriosa da Copa do Brasil 2012.

E assim o Palmeiras mostra que hoje a camisa ainda pesa muito. Mostrou que não importa se o time tem algum desfalque importante, como Barcos, Valdívia ou Henrique. Seus substitutos, teoricamente "fracos", como Betinho, Daniel Carvalho e Márcio Araújo não precisam ser craques. Basta ter muita VONTADE e muita RAÇA, e é jogadores desse tipo que o Verdão precisa daqui pra frente. Para desespero dos rivais, o gigante despertou!

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