04/07/2012. Uma data que vai entrar pra história não só do Corinthians, mas também do futebol. O Timão conquistou a tão sonhada Libertadores, e de forma invicta! Para eles, alegria eterna. Para os rivais, o fim de uma piada eterna. E como o técnico Tite gosta de ressaltar sempre: ME-RE-CI-MEN-TO. E mereceram mesmo. O Corinthians disputou 14 jogos, venceu 8 e empatou 6. Fez 22 gols e sofreu apenas 4.
Até a tão comentada "sorte de campeão" esteve presente em toda a competição, apesar de Tite ressaltar em sua entrevista após o jogo de ontem que "esse negócio de sorte de campeão é a melhor maneira de desprezar o trabalho de alguém". Realmente, é mesmo. Mas todo time campeão vai encontrar em alguma parte da sua caminhada algum tipo de sorte. O Corinthians, por exemplo, sofreu bola na trave no finalzinho do jogo contra o Vasco, no Pacaembu (cabeçada de Rômulo) e contra o Boca, na La Bombonera (cabeçada de Viatri). Se essas bolas entrassem, a caminhada seria com certeza muito mais difícil. E o que falar do gol perdido por Diego Souza? Aqueles famosos 8 segundos que todo corintiano ficou sem respirar até o camisa 10 vascaíno bater no canto e Cássio salvar! Cássio, que aliás ganhou a vaga de Julio César na HORA CERTA. E Romarinho, que parece que também foi contratado na HORA CERTA? São detalhes que fizeram com que até os famosos "antis" já soubessem, bem lá no fundo, antes mesmo do jogo, que esse ano o Timão iria levar a taça...
Somado a isso tudo, ainda tinha o Boca, que alias, que Boca é esse? Quem está acostumado com Libertadores com certeza se assustou com a forma do time jogar esse segundo jogo. Muitíssimo abaixo do que a gente está acostumado a ver do time argentino. Santiago Silva mostrou que é limitado. Tropeçou na bola várias vezes. Mouche é um jogador apenas normal, de correria. Schiavi mostrou que já deu o que tinha que dar no futebol após o erro no último gol de Emerson. Já Riquelme é um dos poucos que temos que bater palmas! Não pela final, mas por sua história no Boca, que se encerrou ontem após a derrota. Com certeza um dos maiores da história linda do time argentino.
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04/07/2012: o Corinthians levou a tão sonhada Taça Libertadores pela primeira vez |
No Pacaembu, quase 40 mil pessoas fizeram uma festa que todo corintiano está acostumado a ver, jogando junto com o time e fazendo do estádio uma verdadeira La Bombonera. Em campo, um 1° tempo truncado, praticamente sem chaces de gol. De destaque, a contusão do goleiro Orión, do Boca. Sosa (que havia disputado pelo Peñarol a decisão do ano passado contra o Santos) entrou em seu lugar. Foi exigido algumas vezes, mas sem sustos. No 2°, sem mudanças. O time argentino vinha com a mesma proposta de jogo (que foi a mesma do Corinthians fora de casa): se defender e aproveitar o contra ataque. O problema é que Riquelme não acertava passes, Mouche estava em uma noite pouco inspirada e Santiago Silva só apareceu quando levou amarelo, ou quando tropeçava na bola. Só não parecia questão de tempo para o gol corintiano porque logo aos 8min, Alex cobrou falta na área, a bola bateu, rebateu e sobrou pra Danilo, que com um toque de calcanhar a lá Sócrates (mais uma mística deste ano) deixou Emerson na cara do gol. O Sheik fuzilou Sosa: 1 x 0. Depois disso, o Boca foi tentar fazer o que não sabe: atacar. Se já estava difícil jogar contra a melhor defesa da competição com um emparte no placar, perdendo então foi mais complicado. Ainda mais depois que Emerson (que já havia aparecido) resolveu aparecer ainda mais! Envolvido em uma discussão com Caruzzo, o camisa 11 corintiano parecia um verdadeiro argentino catimbeiro em campo! O zagueiro argentino teve sangue frio diante de tantas provocações... e o Sheik, após uma falha de Schiavi, recuando mal a bola, arrancou e tocou com calma, na saída do goleiro: 2 x 0 e a Fiel já gritava: É, CAMPEÃO! E realmente, não havia mais nada que o time argentino podia fazer. Parecia que o título já estava escrito antes mesmo da partida. 2 x 0, sem sofrimento, pra acabar de vez com aquele rótulo que a torcida do Corinthians tanto gosta...
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Emerson chuta para marcar seu primeiro gol no jogo: gol que abriu a vitória corintiana no Pacaembu. |
E a pergunta que fica é: qual o personagem da conquista do título do Corinthians nesta Libertadores? Com certeza muitos irão dizer o técnico Tite, e eu concordo! Na minha opinião, ele se tornou o melhor treinador do Brasil atualmente, ultrapassando nomes como Felipão e Muricy. Não há quem fale mal do treinador corintiano. Ele aliás, teve papel importantíssimo não só na construção do elenco, mas também nas palavras motivacionais, que segundo os jogadores é um diferencial. Mas e dentro de campo? Cássio entrou para ficar de vez com a vaga. Foi fundamental ao defender o chute de Diego Souza. Alessandro, o capitão, ergueu a taça. Chicão é um dos ídolos da torcida, zagueiro técnico, fez parte dessa zaga segura junto com Castán, que foi talvez a grande revelação, e já está vendido ao Roma. Fábio Santos tinha a experiência de já ter ganho uma Libertadores, lateral que fez gol na competição, contra o Emelec, nas oitavas. Ralf e Paulinho talvez a melhor dupla de volantes do Timão nos últimos tempos (e olha que tivemos Cristian e Elias recentemente, que são grandes jogadores). Danilo pra muitos será eleito o cara desta Libertadores. Fez gols decisivos, como contra o Santos. Alex e Jorge Henrique podemos dizer que cumpriram seu papel dentro de campo, ajudando sempre na marcação, para deixar Danilo decidir. Além deles, Romarinho, Liédson, Edenílson (na 1ª fase), também foram destaques. Mas e o que falar de Emerson? Na minha opinião, como jogador de linha, o destaque do Corinthians nesta Libertadores inédita. O artilheiro do time com 5 gols. O autor do passe para Romarinho no gol contra o Boca na Argentina. O autor dos dois gols na final. Enfim, um jogador com a cara do Timão, com a cara da Libertadores. Um jogador que tem raça, não tem medo de nada e da a cara pra bater (literalmente). Todos devem se lembrar também daquelas imagens dele com o uniforme todo sujo, na partida contra o Vasco, em São Januário. Enfim, essa Libertadores não teve um Rei, mas teve um Sheik!
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Emerson foi o cara do Corinthians na Libertadores. |
Enquanto o Corinthians está no caminho certo, partindo rumo ao Mundial no fim do ano, quem vai tentar iniciar este caminho hoje é o seu arquirrival, o Palmeiras! O Verdão está na final da Copa do Brasil e disputa hoje o 1° jogo contra o Coritiba, na Arena Barueri. E por incrível que pareça, vai ganhando aquele status de que "tudo é mais sofrido" de seu rival. Enquanto o Timão venceu a Libertadores com a melhor defesa, estando atrás do placar agregado nos mata-matas apenas por 12 minutos, contra o Boca Juniors na Argentina, o Palmeiras vai colecionado e superando dramas, como o sequestro de Valdívia, a expulsão injusta de Hemrique contra o Grêmio (ele agora não joga contra o Coxa no 1° jogo), e agora a apendicite de Barcos, que perderá os dois jogos da final. Além disso, o Verdão tem que enfrentar uma grande briga política dentro do clube. Ontem, o presidente Arnaldo Tirone e um conselheiro saíram no tapa (um dia antes da decisão...) E o Palmeiras segue, CONTRA TUDO E CONTRA TODOS. Se o título vier, os palmeirenses podem dizer, com orgulho, que conseguiram esse "rótulo corintiano", de que tudo que é sofrido é mais gostoso!
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O Palmeiras enfrenta hoje o Coritiba pelo 1° jogo da final da Copa do Brasil. |